PARANÁ — O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu a prisão preventiva da mulher flagrada empurrando o carrinho onde estava a filha dela, de 1 ano e 3 meses, contra uma calçada em Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro do Paraná. A menina teve escoriações pelo corpo e, depois de ser atendida em um hospital, foi encaminhada ao Conselho Tutelar.
O caso ocorreu na manhã de sábado e foi registrado por uma câmera de segurança. A mulher joga o carrinho de bebê com a filha de um ano e três meses dentro contra a calçada. Depois disso, a criança cai no chão. Assista abaixo.
Um rapaz que passava pela rua parou e foi tirar satisfações com a mulher. É ele que chama a polícia. A mãe da menina foi presa por lesão corporal grave. A criança está em um abrigo do município.
Para o pedido de prisão preventiva, a promotoria afirma que depois da criança cair no chão, a mãe não a socorreu ou prestou qualquer tipo de ajuda a filha. O Ministério Público ainda diz que depois de ser presa, a suspeita ameaçou de morte a conselheira tutelar que ajudava no caso.
A promotora Natasha Scafi de Vasconcelos diz na decisão que “após o crime de lesões corporais praticados contra a própria filha bebê, a autuada ainda mostrou total indiferença pela Justiça, vez que mesmo presa em flagrante por tal crime, praticou novo crime, qual seja a ameaça, na própria delegacia de polícia, na presença de todos os agentes que ali estavam, afirmando que mataria a Conselheira Tutelar após sair daquela situação”.
O Ministério Público indica o perigo e necessidade da prisão para evitar a reiteração de um novo crime.
“A concessão da liberdade provisória consubstanciaria um estímulo ao desiderato criminoso da autuada, que se sentiria livre para continuar praticando crimes, inclusive, é o que espera, vez que quando das ameaças proferidas já afirmou que assim que liberta, perseguirá e matará a Conselheira Tutelar”, diz um trecho do pedido.
A promotoria também ressalta que a prisão preventiva é uma resposta aos moradores de Santo Antônio da Platina que ficaram preocupados e revoltados com a situação após terem visto as imagens em um telejornal. No argumento, o MP-PR utiliza o vídeo que foi transmitido no Boa Noite Paraná de sábado para fundamentar o pedido de prisão.
Sem condições de defesa
O homem que presenciou a situação é o fiscal da prefeitura Janderson Antonio Figueredo. Ele conta que estava trabalhando na manhã de sábado e ao reduzir a velocidade do carro para deixar pedestres atravessarem a rua, viu quando a mulher empurrou com força o carrinho onde estava a bebê. Ele lembra que outra mulher estava junto com a mãe da criança.
“Quando vi o carrinho passando pela rua não imaginei que tivesse criança dentro, pensei que eram sacolas.Então, vi algo no chão, pensei que era uma boneca, mas vi as perninhas mexendo. A criança bateu o rosto e começou a chorar. Perguntei para a mãe o motivo dela ter feito aquilo, mas a mulher começou a me agredir verbalmente”, contou.
Figueredo afirma que tanto a mãe da criança quanto a outra mulher que estava junto não demonstraram preocupação com a menina em nenhum momento.
“Em momento algum ela se arrependeu do que fez, ficou inerte. Ela pegou o carrinho com brutalidade e pegou a criança com violência. A outra mulher que estava junto ficou o tempo todo no celular. Depois que fui tirar satisfação, as duas me ameaçaram. A mãe da menina ainda disse que fazia o que quisesse com a criança”, diz o fiscal.
“Nunca passei por uma situação tão revoltante. Quando há condições de defesa até tentamos entender, mas era um bebê indefeso, não tem justificativa para essa atitude”, finalizou o fiscal.