A usina hidrelétrica de Chavantes (SP) completou 50 anos de funcionamento na quinta-feira (5). A unidade, que alimenta o sistema interligado nacional e gera energia para todo o país, opera no Rio Paranapanema, na divisa dos estados de São Paulo e Paraná (SP).
A usina tem capacidade para gerar até 414 megawatts de potência por mês, energia que pode abastecer um município de quase um milhão de habitantes.
A represa fica antes da barragem, que tem 89 metros de altura e 500 de comprimento para suportar a pressão da água. Esse reservatório ainda conta com um espelho d’água de 419 km², uma extensão de aproximadamente 57 mil campos de futebol, além de banhar 15 municípios, funcionando como um regulador para manter a produção em bons níveis.

Toda a energia produzida na usina passa pelos transformadores até chegar na subestação, responsável por distribuir toda essa energia até as regiões de Ourinhos, Assis, Botucatu, além de abastecer as cidades vizinhas da usina.
O ‘coração’ da usina fica no Centro de Controle de Geração (CCG), em uma sala cheia de telas e computadores, onde é feita a coordenação de outras sete usinas que fazem parte da bacia do Paranapanema. Itens como nível dos reservatórios, geração de momento e possibilidade de chuvas são controlados no CCG.

Segundo o diretor de gestão de ativos, Marcio José Peres, toda supervisão é feita em um só local. “Nós supervisionamos, comandamos e controlamos todas as usinas de Paranapanema, que ficam sediadas aqui em Chavantes”, explica.
A usina é também uma das que ajuda a suprir o sistema interligado nacional. O bom funcionamento está ligado diretamente ao nível da represa e quantidade de chuvas para enchê-la. Isso pode interferir nas contas de luz, com as variações da bandeira tarifária.
Ainda segundo o diretor de gestão de ativos, o reservatório da usina propicia a regularização do rio.
“Eventualmente, quando temos uma cheia muito grande, o reservatório consegue amortecer essa cheia, para não danificar as estruturas. Por outro lado, no período de seca, conseguimos manter a regularização e perenização do rio”, explica Márcio José Peres.
Hoje, aproximadamente 100 funcionários trabalham na operação de todo este complexo. Antes de tudo ser erguido, era completamente diferente, como conta o Claudomiro de Carvalho, um dos operários que trabalhou na obra em 1959.
“Aqui era um lugar totalmente isolado, uma mata. No meio dela, um rio. Não imaginava que meu trabalho iria ajudar a construir uma obra tão grande”, conta.